Essa tristeza que te consumiu,
Como o fato que corroeu o previsível,
Como a fome que mastigou o miserável.
Essa alma que se fez vendida,
Como uma sádico que se fez mazoquista,
Como um piegas que se fez calculista.
Essa fúria que te fez perversa,
Como um sábio que se fez monstro,
Como um traído que se fez assassino.
Trocaste a candura pelo seu revés,
Em sua luta, confundiste as mãos pelos pés,
Não voltes ao que eras,
Mas não permitas ser como estás.
Gabriel T.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Visões de um "escrevedoreco" - Parte 1
Luz, produtora de sombra. Como todo ato cria também malgrado. E se permitíssemos viver dessa sombra por um momento, e não simplesmente negá-la? E se conseguíssemos enxergar algo de bom na boca ou no chefe do Inferno? Para mim, soa ridícula a idéia maniqueísta de Céu e Inferno pelo simples fato de que ninguém é tão bom ou mau o suficiente para se salvar ou penar totalmente. Caso houvesse um meio-termo, que ainda seria idealizado, nesse lugar gostaria de me encontrar, apesar de ainda preferir a linda idéia da reencarnação. O meio-termo, que não ouso impor-lhe nome, (e que dificilmente me agrada em outros casos), permitir-nos-ia satisfazer com o bem, e aprender com o erro, com o sofrimento e por que não com o pecado!? Se escondes tua sombra, talvez percas o melhor da diversão e da sabedoria:
Oh sombra,
Encantaste-me tardiamente,
Agora quero abusar-te.
Errante que sou,
Difícil me faz o equilíbrio.
Nos diabos,
Autoridade, vontade,
Firmeza, magia,
No inferno do cotidiano,
Aprendizado.
Como toda erva, o obscuro e o pecado têm seu lado B. Há tempos atrás, o “mau” me parecia meramente mal. Agora arrisco tornar-me refém do obscuro. Daí a necessidade do equilíbrio. O obscuro se evidenciado totalmente perde sua magia e benefícios e existem coisas que realmente devem ser escondidas:
“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)
Quando digo do obscuro e da sombra pessoal não significa necessariamente nosso lado tido como prejudicial, maléfico, mas tudo aquilo que parece intrínseco e inevitável, mas que é mascarado, inutilizado, reprimido por nós mesmos ao invés de buscarmos lidar com isso:
A sombra – Pitty
Pra quê dissimular?
Oh sombra,
Encantaste-me tardiamente,
Agora quero abusar-te.
Errante que sou,
Difícil me faz o equilíbrio.
Nos diabos,
Autoridade, vontade,
Firmeza, magia,
No inferno do cotidiano,
Aprendizado.
Como toda erva, o obscuro e o pecado têm seu lado B. Há tempos atrás, o “mau” me parecia meramente mal. Agora arrisco tornar-me refém do obscuro. Daí a necessidade do equilíbrio. O obscuro se evidenciado totalmente perde sua magia e benefícios e existem coisas que realmente devem ser escondidas:
“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)
Quando digo do obscuro e da sombra pessoal não significa necessariamente nosso lado tido como prejudicial, maléfico, mas tudo aquilo que parece intrínseco e inevitável, mas que é mascarado, inutilizado, reprimido por nós mesmos ao invés de buscarmos lidar com isso:
A sombra – Pitty
Pra quê dissimular?
Se ela me segue aonde quer que eu vá?
Melhor encarar
E aprender com ela a caminhar
Não vou mais negar
Por todo caminho, minha sombra está
Eu quero saber me querer
Eu quero saber me querer
Com toda a beleza e abominação
Que há em mim
Isso nunca se desfaz
Isso nunca se desfaz
E quanto a desejo, não há paz
(...)
Obs: Quando comecei a escrever esse pensamento, não parti da música “ A sombra” da Pitty, mas ao desenvolvê-lo percebi que a influência desta estava sendo determinante. Permite-me então deixar essa influência rolar, evidenciada mais uma vez pelo trecho de Dostoiévski que também serviu a música 8 ou 80 da mesma. Mesmo com o medo de ter perdido minha identidade, acredito que boas referências são sempre válidas, e me vejo totalmente no que escrevi.
(...)
Obs: Quando comecei a escrever esse pensamento, não parti da música “ A sombra” da Pitty, mas ao desenvolvê-lo percebi que a influência desta estava sendo determinante. Permite-me então deixar essa influência rolar, evidenciada mais uma vez pelo trecho de Dostoiévski que também serviu a música 8 ou 80 da mesma. Mesmo com o medo de ter perdido minha identidade, acredito que boas referências são sempre válidas, e me vejo totalmente no que escrevi.
To Be Continued... xD
Gabriel T.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Minha opção é minha fraqueza
Fraco me ponho frente a ti,
Preferindo-a ter na medida em que soe eterno,
Insuficiente para que seja intenso.
Em meus devaneios,
Animalescamente a possuo.
Vividas mulheres se escandalizariam!
Mas não se preocupes, minha cara,
Ao te ver, retomo meu lado amigo.
Nego tratar-se de amor impossível,
Contenho-me apenas por meu ceticismo.
A chama que apaga me consumiria.
Das cinzas; frio, gelo.
A insensibilidade póstuma me doeria mais.
Gabriel T.
Preferindo-a ter na medida em que soe eterno,
Insuficiente para que seja intenso.
Em meus devaneios,
Animalescamente a possuo.
Vividas mulheres se escandalizariam!
Mas não se preocupes, minha cara,
Ao te ver, retomo meu lado amigo.
Nego tratar-se de amor impossível,
Contenho-me apenas por meu ceticismo.
A chama que apaga me consumiria.
Das cinzas; frio, gelo.
A insensibilidade póstuma me doeria mais.
Gabriel T.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Como você me veria hoje,
Orgulhar-se-ia do que vê
Ou choraria pelo que me tornei?
Consegue ver meu sucesso
Ou prevê minha solidão e fim?
E se estivesse conosco,
Entenderia meu vazio
Ou me confortaria dizendo que não estou sozinho?
Tentaria remendar minhas asas,
Ou protegeria seu anjo torto predileto?
Fale-me que sou especial,
E se conseguir perceber aonde quero chegar
Suplico sua proteção, apoio e fortaleza.
Orgulhar-se-ia do que vê
Ou choraria pelo que me tornei?
Consegue ver meu sucesso
Ou prevê minha solidão e fim?
E se estivesse conosco,
Entenderia meu vazio
Ou me confortaria dizendo que não estou sozinho?
Tentaria remendar minhas asas,
Ou protegeria seu anjo torto predileto?
Fale-me que sou especial,
E se conseguir perceber aonde quero chegar
Suplico sua proteção, apoio e fortaleza.
Gabriel T.
sábado, 17 de outubro de 2009
Vivamente
Mente displicente,
Por ora se perde da sede.
Toma um vôo entorpecente
Para que de toda loucura não se seque.
Mente atenta,
Por ora se faz careta.
Foge de toda revolta
Para que durma leve e quieta.
Mente dúbia,
Por ora se faz coerente.
Mente para todos em sua volta
Para que fuja da inevitável contradição.
Mente conturbada,
Porque assim a quer.
Por glória, sempre em sua busca incessante
Até que a quase-morte lhe ponha fim.
(Gabriel Teixeira)
Mente displicente,
Por ora se perde da sede.
Toma um vôo entorpecente
Para que de toda loucura não se seque.
Mente atenta,
Por ora se faz careta.
Foge de toda revolta
Para que durma leve e quieta.
Mente dúbia,
Por ora se faz coerente.
Mente para todos em sua volta
Para que fuja da inevitável contradição.
Mente conturbada,
Porque assim a quer.
Por glória, sempre em sua busca incessante
Até que a quase-morte lhe ponha fim.
(Gabriel Teixeira)
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Dilema
De um lado,
A delícia da solidão bem-vivida,
As aventuras da solteirice,
E bons drinks para bebemorar.
De outro,
A arte do entrelace,
O leve equilíbrio de um relacionamento,
E uma companhia para compartilhar.
Lado A,
Baderna, autonomia,
Inconstância, pés no chão.
Lado B,
Dependência, companheirismo,
Confidência, compaixão.
Dois lados com pedras e vinhos,
Uma inevitável escolha.
De um lado,
A delícia da solidão bem-vivida,
As aventuras da solteirice,
E bons drinks para bebemorar.
De outro,
A arte do entrelace,
O leve equilíbrio de um relacionamento,
E uma companhia para compartilhar.
Lado A,
Baderna, autonomia,
Inconstância, pés no chão.
Lado B,
Dependência, companheirismo,
Confidência, compaixão.
Dois lados com pedras e vinhos,
Uma inevitável escolha.
Gabriel T.
sábado, 3 de outubro de 2009
O Dia D
Tempestiva madrugada aquela,
Permitindo-me tolo, espalhei sofrimento.
Em busca de uma fundada ilusão, fui vítima do meu mau-gosto.
O veneno me atiçou, vermelha como em conto de fadas,
A maça se fez irresistível, seu cheiro me fez egoísta.
Em minha valente covardia, me fiz um completo idiota.
O gosto do fel de suas verdades berradas,
O escarro de sua dor e decepção me tomaram,
O efêmero e inocente doce da ilusão nem chegou aos meus lábios.
Restou em mim a redenção, o choro ridículo de quem se viu frágil.
Em você, a raiva e desejo de vingança de um vitimado.
Todos reféns de minha entorpecente decisão.
Gabriel T.
Tempestiva madrugada aquela,
Permitindo-me tolo, espalhei sofrimento.
Em busca de uma fundada ilusão, fui vítima do meu mau-gosto.
O veneno me atiçou, vermelha como em conto de fadas,
A maça se fez irresistível, seu cheiro me fez egoísta.
Em minha valente covardia, me fiz um completo idiota.
O gosto do fel de suas verdades berradas,
O escarro de sua dor e decepção me tomaram,
O efêmero e inocente doce da ilusão nem chegou aos meus lábios.
Restou em mim a redenção, o choro ridículo de quem se viu frágil.
Em você, a raiva e desejo de vingança de um vitimado.
Todos reféns de minha entorpecente decisão.
Gabriel T.
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